As diferenças do Currículo Brasileiro x Currículo Americano

Na era da globalização o currículo seguem sendo muito importante, e como muitos profissionais buscam oportunidades de trabalho fora de seus países de origem e ter esse documento adaptado ao mercado alvo vai fazer toda a diferença. A adaptação dele é um dos aspectos mais importantes dessa transição, pois esse é um documento essencial no processo de seleção. O modelo brasileiro e o modelo americano, embora possuam algumas semelhanças, têm diferenças significativas que podem influenciar o sucesso de um candidato.

Neste artigo, vamos explorar as principais diferenças entre os modelos. Além disso, daremos dicas valiosas sobre como criar um currículo que atenda aos requisitos de ambos os modelos e aumente suas chances de ser notado por recrutadores.

Se você ainda tem alguma dúvida sobre a importância do currículo, a Universidade de Michigan publicou esse artigo sobre a importância desse documento no mercado de trabalho norte americano : https://www.canr.msu.edu/news/resumes_are_they_important_in_the_job_market

1. Estrutura e Layout

Uma das diferenças mais notáveis entre o currículo brasileiro e o americano é a estrutura e o layout. No Brasil, os currículos tendem a ser mais detalhados e informais, com uma maior ênfase em informações pessoais, como estado civil, idade e até mesmo foto.

Já nos Estados Unidos, o currículo é mais conciso e objetivo. O formato é comumente denominado “resume”, e o foco é dado nas habilidades e experiências que são mais relevantes para o cargo específico. O “resume” americano deve ser direto e sem muita personalização ou informações desnecessárias. Ao contrário do currículo brasileiro, onde as informações pessoais são mais destacadas, no currículo americano essas informações são evitadas.

2. Informações Pessoais

Currículo Brasileiro: No Brasil, informações como estado civil, idade, nacionalidade e até foto são consideradas comuns e muitas vezes são exigidas pelas empresas. Embora não seja obrigatório incluir todos esses dados, muitas pessoas optam por fornecê-los como uma forma de se destacar ou para cumprir requisitos de algumas empresas.

Currículo Americano: Nos Estados Unidos, incluir dados como idade, estado civil ou foto não é apenas desnecessário, mas também pode ser considerado inapropriado, pois pode levar a práticas discriminatórias. O foco do “resume” americano está em suas competências, experiência e realizações profissionais, não em detalhes pessoais.

3. Objetivo Profissional vs. Resumo Profissional

No Brasil, o objetivo profissional é uma seção comumente encontrada no topo do currículos. Trata-se de uma breve descrição sobre os interesses do candidato e as metas para o futuro profissional. Esse objetivo tende a ser mais genérico e pode não ser específico para cada vaga.

Modelo Brasileiro: A seção de objetivo profissional é, muitas vezes, mais ampla e voltada para os objetivos do candidato, como a busca de uma nova oportunidade ou o desejo de crescimento na carreira.

Modelo Americano: Nos Estados Unidos, a seção equivalente ao objetivo profissional é o “Summary” ou “Profile”, que é mais orientado às habilidades e experiências do candidato. Em vez de apenas falar sobre as intenções de carreira, o “Summary” destaca rapidamente o que o candidato pode oferecer à empresa. Essa seção deve ser curta e focada nos pontos fortes do candidato, adaptados à vaga.

4. Experiência Profissional

Currículo Brasileiro: No Brasil, a experiência profissional costuma ser descrita de maneira mais detalhada. Muitas vezes, o candidato inclui informações sobre funções específicas, tarefas diárias e até conquistas relacionadas aos empregos anteriores. A descrição tende a ser mais extensa, abordando as responsabilidades e competências adquiridas ao longo do tempo.

Currículo Americano: Nos Estados Unidos, a experiência profissional é abordada de forma mais focada e concisa. O objetivo é destacar os resultados alcançados e as contribuições diretas do candidato. Ao invés de listar cada função realizada, os candidatos americanos focam em “achievements” (realizações) e utilizam verbos de ação para descrever o impacto do seu trabalho. Além disso, os currículos americanos geralmente são organizados de forma cronológica, com as posições mais recentes no topo.

5. Formação Acadêmica

Modelo Brasileiro: A formação acadêmica no currículo brasileiro tende a ser mais completa, com informações sobre a instituição de ensino, o período de estudo e o tipo de diploma obtido. A educação também pode ser descrita de forma detalhada, incluindo cursos de pós-graduação, extensão ou outras qualificações relevantes.

Modelo Americano: Nos Estados Unidos, a seção de educação também é importante, mas é mais objetiva. Os currículos americanos incluem apenas o nome da instituição, o grau obtido e o ano de conclusão. Não há tanto foco em detalhes como em cursos extracurriculares ou projetos acadêmicos, a menos que sejam diretamente relevantes para a vaga.

6. Certificações e Cursos

Modelo Brasileiro: No Brasil, incluir certificações e cursos complementares no currículo é comum, mas o candidato geralmente lista todas as formações extras, independentemente de sua relevância direta para o cargo desejado. A formação adicional é vista como um diferencial, mas o volume de informações pode ser excessivo.

Modelo Americano: Nos Estados Unidos, o foco é maior na relevância das certificações e cursos. O candidato deve listar apenas as qualificações que são pertinentes ao cargo. Se houver muitos cursos ou certificações, a recomendação é incluir os mais impactantes ou aqueles que se alinham diretamente com a descrição do trabalho.

7. Tamanho do Currículo

Modelo Brasileiro: No Brasil, o currículo pode ter um tamanho maior, chegando a 2 ou 3 páginas, especialmente se o candidato tem uma carreira longa e repleta de experiências. A ideia é detalhar amplamente as qualificações e as experiências profissionais.

Modelo Americano: Nos Estados Unidos, os resumes são geralmente mais curtos e focados, com uma média de uma ou duas páginas. O foco é ser direto e conciso, destacando apenas informações que agregam valor imediato à posição em questão.

8. Linguagem e Estilo

Currículo Brasileiro: O estilo de redação no Brasil tende a ser mais formal e, em alguns casos, excessivamente detalhado. A linguagem pode ser mais descritiva e as palavras-chave podem não ser tão otimizadas para se destacar em buscas automatizadas.

Currículo Americano: No currículo americano, a linguagem é objetiva e o estilo é mais direto. A redação deve ser curta, usando verbos fortes de ação. Além disso, muitos currículos americanos são otimizados para ATS (Applicant Tracking Systems), sistemas que escaneiam currículos em busca de palavras-chave específicas. Isso significa que o candidato precisa ser estratégico, incluindo palavras-chave relevantes da descrição da vaga.

9. Palavras-chave Currículo

Tanto os currículos brasileiros quanto os americanos podem ser otimizados para aumentar a visibilidade durante o processo de triagem automatizada. Para melhorar o desempenho no ATS e em motores de busca, é crucial incluir palavras-chave específicas relacionadas ao cargo e à área de atuação. Ambas as versões devem ser otimizadas com foco em competências técnicas e soft skills, como liderança, gestão de projetos, marketing digital, entre outras.

Conclusão

Embora o modelo de currículo brasileiro e o modelo americano compartilhem algumas semelhanças, as diferenças são notáveis e podem impactar o sucesso de um candidato em processos seletivos internacionais. Para adaptar seu currículo, é essencial considerar as particularidades de cada modelo e se atentar ao objetivo de destacar suas qualidades de forma concisa e objetiva.

Entender as diferenças entre os padrões de currículos e conseguir utilizar o currículo da melhor forma, será o ponto de virada nos seus resultados, mas se você ainda tem dúvidas, segue aqui um outro artigo do blog com os principais erros que podem ser cometidos na edição de um currículo:https://falecomrecrutador.com/erros-comuns-em-curriculos-e-como-corrigi-los/

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